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Engenheiro eletrônico e administrador de empresa, sempre trabalhei na área industrial, vivi 12 anos em São Paulo, algumas viagens internacionais e voltei para Manaus, pai de três filhas e um filho, Selma, essa linda mulher da foto, é minha esposa, gosto de preparar uma boa comida para os amigos e ouvir um bom violão.

sábado, 18 de abril de 2009

Estatística e chifre não combinam

Meu primeiro emprego foi na Sharp do Brasil, tinha dezoito anos, universitário, contratado como técnico de Controle da Qualidade. Era eu e Simão Pessoa, nosso trabalho era controlar as principais características dos aparelhos, usando método estatístico, e aprovar ou reprovar os lotes. Acontece que estamos falando de aparelhos que na época eram muito pesados, o que dificultava o manuseio. O Departamento de Pessoal contratou para essa tarefa um garoto da Boca do Acre, que veio nos ajudar a coletar as amostras na produção e levar para serem analisados no CQ e devolve-los a produção.
Tarefa simples se não fosse a esperteza dos líderes de produção que deixavam aparelhos com defeitos nos lugares mais hostis para serem atingidos, tipo como num lote de 100 televisores os defeituosos estarem no centro deles. Era preciso desmontar o empilhamento, retirar algumas peças e depois montá-lo novamente. Coisa que só começamos a fazer após a chegada do Jackson. Antes era só nas laterais, e nas laterais todos os aparelhos funcionavam muito bem. Então chegou o Jackson e no primeiro dia retirou cinco peças do centro de um empilhamento. Cinco defeitos, todo o lote reprovado, extras noturnos, trabalho aos sábados. Rivelino e Leandro ficaram doidos.
Ali o que funcionava era o faro.
Era difícil para o Jackson entender aquilo tudo. Dias antes tinha carro, comida e roupa lavada, dinheiro e belas mulheres, agora, muitas caixas para desempilhar. Simão sempre dizia para ele, não chore: playboy que é macho não chora. Ele nunca chorou.
Aguentava aquilo como uma provação divina.
Em São Paulo, depois de muito tempo, fiz um curso de extensão universitária em estatística. Então, um dia fazendo uma visita aos colegas de Manaus, fomos beber cerveja na praça do caranguejo, quando de repente um dos setes presentes (Paulo Medeiros, Stones Machado, Sebastião Peixoto, Geraldo Nogueira, Garrafa, Praciano, Eduardo Pimentel) começou a falar que estava tendo um caso com uma mulher casada, logo depois outro admitiu a mesma coisa, e um após o outro foram sempre falando das mulheres casadas, não me lembro se todos falaram, mas quando chegou a minha vez disse que respeitava as mulheres casadas e seus maridos, contudo tinha me tornado um especialista em estatística e que analisando uma amostra de um universo, poderíamos inferir sobre o universo todo. E que com aquela amostragem sobre as mulheres casadas que estavam traindo, eu poderia afirmar que pelo menos cinco dos presentes estavam pegando chifre, nem precisei explicar.
A conversa mixou, um a um telefonou para saber onde a esposa estava e foram de mansinho para casa. Sobrei com a garçonete, fui para um motel depois que ela garantiu não ser casada.

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